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Como o regime tributário impacta na obtenção de empréstimo

Escrito por Equipe Mercado Pago | May 16, 2024 11:00:00 AM

O crédito e os empréstimos atuam de forma importante no crescimento e desenvolvimento das empresas. Esses recursos financeiros possibilitam investimentos em expansão, inovação, contratação de talentos e muitas outras áreas fundamentais para o sucesso empresarial. No entanto, há um fator muitas vezes negligenciado que pode dificultar o acesso a esses recursos vitais: o regime de tributação.

Sabia que o regime de tributação da sua empresa pode dificultar o acesso a crédito e empréstimos? É verdade. O regime tributário pode impactar significativamente a forma como as instituições financeiras avaliam a saúde financeira de uma empresa e, consequentemente, sua capacidade de reembolsar empréstimos.

 

Como o regime tributário pode impactar a obtenção de empréstimos? 

No Brasil, existem três principais regimes de tributação. Cada um possui características distintas, com vantagens e desvantagens que impactam diretamente na atuação da sua empresa, vem daí a importância de compreender bem cada um deles e de que forma sua empresa se encaixa nesse cenário. 

Conheça um pouco mais sobre cada um desses regimes tributários:

 

        Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime especial criado para desburocratizar o pagamento de tributos para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). As empresas optantes pelo Simples Nacional pagam todos os seus tributos federais, estaduais e municipais em um único documento, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

Essa opção permite o pagamento de todos os tributos em um único documento, oferece baixas alíquotas, o que é ideal para empresas com baixo lucro, e permite que empresas pequenas aproveitem os diversos benefícios, como oferta de crédito com mais vantagem e desconto no INSS e na compra de materiais.

No entanto, pelo fato de ter o limite de faturamento (R$ 4,8 milhões ao ano), é preciso que as empresas estejam atentas a isso. Além disso, algumas atividades como serviços de saúde, planos de saúde e instituições financeiras não podem ser enquadradas nesse regime.

 

      Lucro Presumido

O Lucro Presumido é um regime tributário mais complexo que o Simples Nacional, mas oferece mais flexibilidade para as empresas. Neste regime, o lucro da empresa é presumido pela Receita Federal, com base em um percentual da receita bruta.

No caso do Lucro Presumido, é possível que a empresa faça a gestão do seu lucro tributável e também que compense prejuízos fiscais de um ano com lucros de outros anos. Neste caso, as alíquotas variam de acordo com o tipo de atividade exercida.

Em relação à apuração dos tributos, há uma maior carga tributária e, consequentemente, maior complexidade nesse regime. Aqui também aumenta a quantidade de obrigações acessórias, como a entrega da Escrituração Contábil Digital (ECD) e da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS).

 

      Lucro Real

O Lucro Real é o regime tributário mais complexo e completo do Brasil. Neste regime, a empresa precisa apurar o seu lucro real, com base na escrituração contábil.

Por ser um regime de tributação que permite uma apuração do lucro real da empresa, pode haver redução na carga tributária, mas essa avaliação requer mais cautela para evitar erros. Neste caso, também é possível compensar prejuízos fiscais de um ano com lucros de outros anos e para empresas desse regime, é possível fazer a utilização de créditos de PIS e COFINS.

No caso do Lucro Real, é necessário uma maior quantidade de obrigações acessórias, como a entrega da ECD, da DEFIS e da Declaração de Ajuste Anual (DAA). Pensando nisso, é imprescindível que sua empresa tenha muita cautela ao classificar sua atividade e sempre consulte um profissional para auxiliar nesse processo, evitando erros que podem causar sérias restrições ao CNPJ e, consequentemente, na reputação da empresa junto ao mercado.

A escolha do regime tributário para sua empresa pode influenciar na avaliação de crédito pelas instituições financeiras, sendo muito importante saber em qual desses regimes ela se aplica. Por exemplo, se você tem uma micro empresa, mas está no regime de tributação de Lucro Presumido, significa que está pagando muito mais impostos do que necessita, e muitas vezes solicitando um valor muito alto de empréstimo, dificultando a quitação mais tarde.

 

Quais os riscos em escolher um regime de tributação inadequado para sua empresa

Escolher um regime tributário inadequado para sua empresa pode acarretar diversos riscos e desafios que impactam diretamente no crescimento e desenvolvimento da sua empresa. 

Conheça alguns deles para evitar cometer erros:

 

  • Maior carga tributária: o regime tributário escolhido pode não ser o mais vantajoso para o perfil da sua empresa, resultando em pagamentos de impostos e contribuições maiores do que o necessário. Além disso, a falta de conhecimento sobre as obrigações fiscais do regime pode levar a erros na apuração dos tributos, gerando multas e juros moratórios.

  • Falta de transparência: o regime de tributação escolhido pode ser complexo, dificultando a compreensão das obrigações fiscais, gestão da carga tributária e levando a erros na escrituração contábil, comprometendo a confiabilidade das informações financeiras da empresa. A falta de clareza sobre as obrigações fiscais também pode aumentar o risco de sonegação fiscal, expondo a empresa a sanções e penalidades severas. Imagine que você tem uma papelaria, mas está em um regime de tributação equivocado. Na hora de cumprir com suas obrigações fiscais, os valores poderão ser muito altos e as informações sobre as obrigações podem não se adequar ao que sua empresa apresenta. 

  • Risco de inadimplência: uma carga tributária excessiva e a falta de planejamento podem dificultar o pagamento das obrigações fiscais em dia e, com o atraso no pagamento dos tributos, a possibilidade de geração de multas, juros e outras penalidades cresce, aumentando o endividamento da empresa. A inadimplência das obrigações fiscais pode levar à inscrição da empresa na dívida ativa da União, com graves consequências para o seu crédito e reputação.

  • Pagamentos excessivos: sua empresa pode estar pagando mais impostos do que o necessário por não realizar um planejamento fiscal adequado. É possível também que o regime escolhido ofereça benefícios fiscais que a empresa não está aproveitando por falta de conhecimento, com isso muitas oportunidades de créditos fiscais ou até mesmo deduções ao declarar o IRPJ podem se perder.

  • Dificuldades na gestão financeira: com uma carga tributária excessiva somada à falta de planejamento fiscal, fica complicado fazer a gestão do fluxo de caixa da empresa, o que dificulta a realização de investimentos em novos projetos e o crescimento da empresa. Sem esses recursos, a empresa pode precisar realocar recursos de outras áreas importantes para o pagamento de impostos, comprometendo sua capacidade de investir em inovação e expansão, gerando instabilidade financeira e risco para toda a empresa.

 

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6 passos para criar um planejamento tributário para obter empréstimo 

Para evitar esses riscos e garantir uma obtenção de crédito financeiro adequada ao regime tributário da sua empresa, é essencial realizar um planejamento tributário eficiente. O planejamento tributário nada mais é do que um conjunto de estratégias utilizadas para minimizar o pagamento dos impostos e otimizar a carga tributária, escolhendo o melhor regime de tributação e como utilizar os benefícios fiscais, mantendo-se de acordo com a lei. 

Para fazer isso, aqui estão alguns passos importantes:

 

1. Analise a carga tributária

Avalie minuciosamente as diferentes opções de regime tributário e como elas afetam a carga tributária da sua empresa. Suponha que você tenha uma empresa que fabrica e vende produtos artesanais e está tributado no regime Simples Nacional. No entanto, ao analisar a carga tributária e devido ao aumento das vendas de sua empresa, percebe que está pagando uma alíquota elevada de imposto. 

Ao analisar os três regimes tributários, você descobre que o regime de Lucro Real seria o ideal, por permitir deduções de despesas e por oferecer alíquotas mais baixas para empresas que apresentam faturamento mais elevado. Ao realizar a mudança de regime, é possível reduzir significativamente a carga tributária e aumentar sua lucratividade. 

 

2. Levante as possíveis dívidas que a empresa tiver

Identifique e organize as dívidas existentes da empresa para entender melhor sua situação financeira. Imagine uma pequena empresa de consultoria, que possui algumas dívidas em relação a empréstimo para financiar a expansão da empresa. Para levantar todas as dívidas, primeiro é necessário reunir todos os documentos como extratos bancários e contratos de empréstimo. Depois, é necessário listá-las incluindo o valor, as condições de pagamento e as taxas de juros. 

Após isso, o dono da empresa terá uma visão mais clara das dívidas e poderá tomar medidas para gerenciá-las melhor, como renegociar os termos do empréstimo bancário para reduzir as taxas de juros.

 

3. Avalie o valor do empréstimo de acordo com seus objetivos

Determine com clareza o valor necessário do empréstimo e seus objetivos de uso. Imagine uma empresa de tecnologia que está considerando solicitar um empréstimo para expandir suas operações. Primeiro é necessário realizar uma análise detalhada das necessidades da empresa e definir os objetivos do uso do empréstimo. Uma vez feito isso, é preciso determinar um valor que garanta o investimento em novos equipamentos, contratar mais funcionários e expandir sua linha de produtos.

Com a clareza do valor em mente, é possível abordar as instituições financeiras com mais assertividade, apresentando um plano de negócio e demonstrando como o dinheiro será utilizado. 

 

4. Reúna todas as documentações necessárias

Prepare toda a documentação necessária para facilitar o processo de solicitação de crédito para empresas. Procure manter seus documentos sempre atualizados e organizados em uma pasta com acesso remoto para facilitar a consulta.

 

5. Monitore seu fluxo de caixa

Mantenha um controle rigoroso do fluxo de caixa da empresa para garantir que possa cumprir com os pagamentos do empréstimo. Para fazer isso, é preciso registrar todas as entradas e saídas de dinheiro diariamente, incluindo vendas, despesas operacionais, pagamento de fornecedores e recebimento de pagamentos de clientes. Em seguida, basta criar um fluxo de caixa para os próximos meses, estimando receitas e despesas esperadas. 

Com todas essas informações, é possível identificar potenciais desequilíbrios entre o fluxo de caixa e os pagamentos de empréstimo. Ao monitorar o fluxo de caixa, é possível tomar decisões financeiras informadas e garantir a saúde financeira da empresa. 

 

6. Escolha um parceiro ideal para sua empresa

Procure por instituições financeiras que compreendam as necessidades específicas da sua empresa e ofereçam condições favoráveis de empréstimo. Ao escolher uma instituição parceira para sua empresa, é possível garantir suporte necessário durante todo o processo de empréstimo e poderá contar com condições favoráveis que podem ajudar no crescimento e no desenvolvimento da empresa. 

 

Escolha o regime tributário correto para uma obtenção de crédito simples para sua empresa! 

Escolher o regime tributário correto para sua empresa é essencial para facilitar a obtenção de empréstimos e crédito empresarial. Ao entender como cada regime tributário afeta suas finanças e realizar um planejamento tributário adequado, você pode melhorar significativamente suas chances de obter os recursos financeiros necessários para impulsionar o crescimento e o desenvolvimento da sua empresa. 

Portanto, não subestime a importância dessa decisão e busque sempre a orientação de profissionais especializados para garantir o sucesso financeiro da sua empresa.

 

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